Usar ou não usar uniforme, gostar ou não gosta do uso de uniformes, essas são discussões frequentes no ambiente corporativo. Entretanto, no mundo atual, quando se trata desse assunto, pensar na diversidade de pessoas e de biótipos físicos é fundamental.

Os uniformes, sejam eles de uso corporativo, escolar ou esportivo, são maneiras de promoção da identidade de uma marca e da criação de vínculos entre ela, seus usuários e consumidores. Para o usuário deste tipo de vestimenta é sinônimo de praticidade, porque elimina as preocupações sobre o que vestir, de segurança pela rápida identificação enquanto parte daquela empresa, escola ou time, e de pertencimento àquele grupo/organização.

Por isso, um segmento que cresce cada vez mais quando se fala na confecção de uniformes, são vestimentas pensadas a partir do conceito de inclusão. A inclusão consiste na capacidade humana de reconhecer o outro em suas diferenças como um igual, interagir com ele dentro das mesmas possibilidades de acesso a vivências, espaços e oportunidades.

Incluir é não diferenciar ninguém por gênero, etnia, orientação sexual ou capacidades físicas, da mesma forma que a inclusão pode ser social, no trabalho, de educação, digital, de informação e estrutural. E aqui se tem a conexão entre os uniformes e a inclusão, a partir do desenvolvimento de uniformes inclusivos. 

Uniformes inclusivos

Planejar um uniforme inclusivo é pensar em tecidos mais flexíveis, peças com cortes que permitam a colocação retirada de maneira mais fácil, modelagens e aviamentos confortáveis, que não causem incômodo, além do próprio processo de planejamento contar com a participação e colaboração dos futuros usuários.

Ouvir os funcionários quando o uniforme é corporativo, ou alunos e suas famílias quando se trata de uniformes escolares, ou ainda, os atletas, para o caso dos uniformes esportivos, é uma das partes mais importantes do processo pois, a partir dessas falas, serão mapeadas dificuldades e necessidades a serem consideradas na modelagem das roupas.

Da mesma forma, respondendo à pergunta título deste artigo, podemos afirmar que, apesar de não ser algo tão comum, principalmente no Brasil, existem sim uniformes inclusivos, e a delegação brasileira que participou das paraolimpíadas no ano passado é um exemplo disso. 

Os uniformes da equipe paraolímpica brasileira

Em 2021, a equipe paraolímpica brasileira usou uniformes esportivos nas olimpíadas de Tóquio (Japão) pensados e desenvolvidos em conjunto aos atletas, adaptados às suas necessidades e às particularidades de cada modalidade desportiva.

Ao longo da confecção, os atletas provavam as peças, treinavam com elas e davam a sua opinião sobre o uso, além de fazerem sugestões de melhorias. Nesse sentido, as roupas foram confeccionadas com tecidos maleáveis, sendo incluídas, nas calças, aberturas com zíperes de apoio para os usuários de próteses. Além disso, as cores estavam escritas em braile em cada peça.

Os uniformes foram apresentados durante um evento organizado pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro, atraindo a atenção da imprensa, praticantes e admiradores de esportes, afinal, este não era apenas um uniforme, mas o resultado de um grande projeto de inclusão dos atletas nos processos decisórios desse segmento, antes mesmo das competições.

Cases como esse podem ser replicados dentro de uma empresa quando se pensa em uniformes profissionais? A resposta também é sim, e um bom profissional fabricante de uniformes poderá tornar isso possível, algo que poderá ser mais um diferencial para a marca do empreendimento: a preocupação com a inclusão.