Os chamados uniformes especiais são usados tanto no ambiente profissional quanto no segmento esportivo. Pilotos de corridas, profissionais atuantes na indústria e até mesmo os bombeiros se utilizam dessas vestimentas em suas profissões.

Feito com várias modelagens e tecidos para o atendimento dos mais diferentes fins, esses trajes, além de identificarem tais profissionais, também são uma forma de proteção em caso de acidentes, parte complementar do conjunto de equipamentos de proteção individual (EPIs).

Nesse sentido, sua função é proteger o corpo do usuário de substâncias contaminantes ou exposição a chamas, o que pode causar queimaduras na pele e contaminações que acarretam riscos à integridade física do indivíduo.

Na hora de confeccionar essas peças, são verificadas legislações e normativas especiais, além de serem avaliados os riscos aos quais usuários e vestimentas serão expostos.

Esse tipo de uniforme, por conta de suas características e exigências, é classificado como um uniforme especial, justamente por ter como função proteger seu portador, deixando-o em segurança frente a situações de perigo. 

Os macacões usados por pilotos e profissionais das corridas

Quando começaram as primeiras competições automobilísticas, os macacões usados pelos pilotos eram feitos de uma combinação de lona, algodão e couro, com acessórios metálicos. Em contato com as chamas, esses materiais queimavam rapidamente, e a história do esporte registra a morte de vários pilotos por queimaduras causadas por incêndios em seus carros, abastecidos com substância extremamente inflamáveis. As equipes desses pilotos, em alguns casos, nem chegavam a usar trajes de proteção. Qualquer acidente poderia ser fatal.

Com o passar o tempo, as federações ligadas aos esportes automobilísticos passaram a publicar normativas a serem seguidas obrigatoriamente pelas equipes e, entre elas, figura a confecção de macacões com tecidos anti-chamas.

Por exemplo, os macacões da Fórmula 1 são confeccionados com um tecido chamado Nomex, derivado da fibra aramida. Esse tecido é leve, de espessura fina e resistente a temperaturas de até 427°C, além de aguentar uma pressão equivalente a 30 quilos. Na elaboração da peça de roupa, se utilizam três camadas do tecido (o peso final do macacão não pode ultrapassar 1,2 quilos). As tintas usadas no tecido e para estampar as marcas dos patrocinadores são também anti-chamas.

Já o macacão usado pelos pilotos de Kart não necessita ser anti-chamas, mas precisa oferecer proteção ao piloto. Assim, em sua produção se utiliza outro tecido, o cordura, elaborado com fios de náilon de alta tenacidade, texturizado a ar durante o processo de extrusão, que o deixa áspero e sem brilho, mesmo sendo sintético. Esse tecido não absorve água, não amassa, não mofa e seca com facilidade. 

Uniformes especiais para a indústria e Corpo de Bombeiros

Profissionais como bombeiros, brigadistas, socorristas e técnicos atuantes em processos industriais complexos, expostos a situações de risco, produtos químicos, agentes tóxicos, umidade, altas temperaturas e emergências, durante o período de trabalho, precisam vestir trajes que garantam segurança e proteção, preparados para os perigos aos quais esses profissionais estão expostos.

Os bombeiros utilizam as famosas roupas de combate e incêndios, um conjunto formado por jaqueta ou casaco e calça, feito de material resistente às chamas e retardante ao fogo, o mesmo utilizado para os trajes dos pilotos de automobilismo.

Sua função principal proteger o corpo contra queimaduras e efeitos do calor excessivo ao qual o usuário pode ser exposto. Normalmente, esses uniformes são compostos pelas seguintes camadas: Externa (outer shell – protege das chamas diretas); Intermediária (moisture barrier – que forma uma barreira contra líquidos e gases); e Interna (thermal liner – também voltada à proteção térmica).

Na indústria, são frequentes, além de trajes anti-chamas, os trajes de proteção química, que podem ser um macacão, ou uma combinação de jaqueta e calça, de maneira a envolver totalmente a pessoa que o veste, evitando a exposição e o contato com substâncias perigosas, que podem provocar danos à saúde, incluindo gases e partículas sólidas.

Vestimentas com essas características, normalmente, são feitas de polietileno de alta densidade ou por várias camadas de revestimentos de polímeros e películas de proteção, dependendo o grau de risco do ambiente, este classificado em quatro níveis, de A (maior risco) até D (menor risco). Botas, luvas e o visor integram o conjunto.

Sem essas roupas especiais, os profissionais aqui mencionados estariam expostos a condições inclusive de risco de morte e, graças aos avanços do mercado e à tecnologia, temos hoje essa diversidade de materiais que garantem, não apenas segurança, mas também conforto aos seus usuários.